Brasil -


30 de outubro de 2010

Demorou!

Pelo menos uma notícia boa, ainda que tardia, em meio à escatologia eleitoral corrente. A Fundação Biblioteca Nacional vai microfilmar (ainda!), digitalizar e disponibilizar para acesso no seu portal a sua coleção de periódicos. Em torno de 9 mil títulos. A nota saiu hoje na coluna Painel das Letras, no jornal Folha de S. Paulo. 
A nota diz que a verba para o serviço virá do Finep (empresa pública vinculada ao MCT). São esperados R$ 6 milhões. 
Não sei se o serviço vai acabar saindo caro. De qualquer forma é ainda um anúncio. Mas, que a ação demorou, demorou. Seja por conta dos antigos administradores da Biblioteca, seja pela falta de sensibilidade do Estado ou da iniciativa privada (claro, por que não ela?), com certeza esse acervo já deveria estar, pelo menos, microfilmado.
Podem dizer que é o meu espírito de vira-lata latino ganindo, mas, quando vejo a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos ostentar uma coleção digital de jornais americanos (que remonta a 1860), sinto que só me resta suspirar. Porque, no Brasil, as coisas importantes parece que sempre tardam. E os que engrossam o coro do "não existe mais centro e periferia" que vão para o escambau!
É claro que a extensa coleção de jornais é só uma parte das coleções digitais da Biblioteca do Congresso. E estou me limitando a uma instituição de um país: há outras realizando um importante trabalho de disponibilização de material.  Tudo bem, convenhamos, a nossa Biblioteca Nacional também tem se esforçado em dispor algum material na internet.
Porém, fica sempre a pergunta: por que demoraram tanto?
Me lembro de já ter encontrado, por exemplo, relatórios de governadores estaduais do Brasil em sites de instituições universitárias do exterior. E não me refiro a relatórios de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Refiro-me a relatórios de um estado obscuro como o Espírito Santo. (Sinto, vou ficar devendo a referência, que realmente não reencontrei). Depois aparece gente idiota dizendo que "é patrimônio nacional, quem tem que fazer isso é o Brasil". Mas não faz. Sorte a nossa que algumas instituições - estrangeiras - funcionam...
A nota diz ainda que não há prazo para terminarem todo o serviço. Espero, sinceramente, que não terminem nunca. E que vão publicando, enquanto isso.

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