tag:blogger.com,1999:blog-59263482267059984482024-02-21T02:26:36.995-08:00Diário da InfâmiaDivertimentos ocasionaisUnknownnoreply@blogger.comBlogger39125tag:blogger.com,1999:blog-5926348226705998448.post-37163706431157721492011-06-05T11:40:00.000-07:002011-06-05T11:40:14.374-07:00Do policial ao comediante<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">Alguém já disse que as ideias que nasciam no hemisfério norte costumavam chegar invertidas no Brasil. Graças à internet, esse tipo de inversão foi minimizado, senão extinto. Mas, pelo visto, aqui e ali ainda acontecem algumas distorções. </div><div style="text-align: justify;">O último exemplo parece ter sido a <i>Slutwalk</i>. A iniciativa de <a href="http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/925522-marcha-das-vadias-leva-300-pessoas-para-a-av-paulista.shtml">trazer a "Marcha das vagabundas" para o Brasil</a> foi coisa muito bem acertada. Precisamos disso. O Brasil precisou criar uma lei específica contra agressões a mulheres e precisou criar delegacias específicas para as mulheres na tentativa de não deixá-las sem assistência, na mão de delegados e policiais machistas, de companheiros agressivos e outros canalhas do gênero. Nós, que temos parentes mulheres, namoradas, companheiras, amigas, precisamos saber que nossas instituições vão recebê-las sem distinções de sexo. Que agressões físicas a elas não serão toleradas e muito menos serão transformadas em agressões morais e psicológicas por meio de algum tipo absurdo de culpabilização da vítima. </div><div style="text-align: justify;">A índole do movimento, que começou no <a href="http://www.slutwalktoronto.com/">Canadá</a>, é bem clara: não aceitamos que as instituições de segurança assumam em seus procedimentos uma perspectiva machista. Não há roupa ou qualquer outro tipo de comportamento que "autorize" um estupro. Não existe "estupro consentido". As mulheres deram o recado: o problema dos ataques sexuais está no atacante, não na vítima. A <a href="http://catracalivre.folha.uol.com.br/2011/06/slutwalk-chega-ao-brasil-nesse-sabado/">declaração</a>, vinda de um policial daquele país, de que cabia às mulheres não provocarem ataques sexuais "não se vestindo de vagabundas" era a oficialização da transferência da culpa. </div><div style="text-align: justify;">A organização do movimento no Brasil percebeu logo que a situação era bem parecida aqui entre nós. E acertou em aproveitar o momento e repercutir o recado nestas bandas. </div><div style="text-align: justify;">Mesmo assim, a marcha em São Paulo caminhou de uma forma que me deixou um tanto ressabiado. </div><div style="text-align: justify;">A marcha, que lá fora terminou em frente ao <a href="http://www.slutwalktoronto.com/about/what">quartel general da polícia</a>, terminou por aqui em frente a <a href="http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/videocasts/925518-marcha-das-vadias-termina-em-protesto-contra-cqcs.shtml">uma casa de espetáculos de comédia <i>stand up</i></a>. </div><div style="text-align: justify;">Bem, essa mudança de trajetória deveria parecer curiosa por si só. A alegação para isso foi a seguinte: Rafinha Bastos, um dos donos da casa, fez uma piada pró-estupro de mulheres feias. </div><div style="text-align: justify;">Ora, é óbvio que piadas não são inocentes. Desde que a comédia é comédia, ela pleiteia a melhora dos costumes da cidade. Ela põe em cena o risível, o absurdo, o grotesco como tal. Não é preciso inundar-se de teoria para perceber isso. Basta ler, basta prestar atenção. </div><div style="text-align: justify;">O último espetáculo de Rafinha Bastos chamava-se "A arte do insulto". Não é difícil imaginar qual a premissa do show. Talvez, porém, seja difícil ainda para nós absorvermos o formato da comédia "de cara limpa". Porque, embora ela já fosse feita por nomes famosos como Jô Soares, Chico Anísio, Tom Cavalcanti, Costinha, entre outros, o público tinha mais facilidade em associar esses comediantes com os personagens que eles representavam, sobretudo na televisão. Rafinha, porém, não se apresenta com figurino, maquiagem, e outros elementos de caracterização que um personagem poderia requerer. Ainda assim, quando se apresenta, ele, talvez mais do que outros, constrói um personagem para si, só com palavras. Um personagem que, na minha opinião, é meio como um Analista de Bagé sem diploma de psicanálise, sem pelego e com <i>smartphone</i>. Ele aproveita o fato de ser gaúcho para explorar o potencial cômico de clichês relacionados àquele estado e os faz aderir ao seu próprio corpo e a sua própria voz. Como a tatuagem que ele ostenta no braço. Às vezes, trata-se apenas de dar voz a coisas terríveis, que passam pela cabeça sem a pretensão de materializarem um ato. E, como em toda boa comédia, às vezes ele se dá bem, noutras, se dá mal. Mas, invariavelmente, ele assume o papel do detestável, do insensível, daquilo que nos faz rir porque parece ir além do que qualquer um de bom senso faria ou diria. </div><div style="text-align: justify;">Ele não diz apenas piadas. Ele mesmo é uma piada. E certamente essa é a razão de seu sucesso. </div><div style="text-align: justify;">É muito difícil ver semelhança entre Rafinha Bastos, de quem se espera uma frase escrota ou grotesca, e o policial de Toronto, de quem se espera que faça cumprir a lei e promova a segurança entre os cidadãos. Cada qual tem uma função saudável a desempenhar: a do policial, em toda a cidade, protegendo os cidadãos de crimes, independentemente de seu sexo; a do comediante, em seu espaço particular de arte, desempenha a função quase que sanitária de nos purgar de coisas que, para nosso próprio bem e o da civilização que queremos, preferimos que não sejam ditas, muito menos feitas. Coisas que, se não fossem ditas no espaço delimitado de um palco, ou no tempo determinado do video, restariam estagnadas na cabeça de muita gente, como água parada, minando a sanidade dos mais suscetíveis. </div><div style="text-align: justify;">É bom que todas as pessoas percebam que a simples ideia de uma mulher feia abraçando seu estuprador é absurda. Enquanto percebermos que isso é um absurdo, estamos indo bem. Mas também precisamos perceber que essa ideia tem um lugar no espaço delimitado e quase ritual da piada. Não qualquer piada, não a piada ruim, que escamoteia preconceitos. Aliás, cá entre nós: quem já viu Rafinha Bastos pelo Youtube ou no CQC percebeu que a graça dele vem de não escamotear, mas de trazer para a luz coisas que os preconceituosos convictos prefeririam esconder ou contar apenas ao pé do ouvido. </div><div style="text-align: justify;">Aliás, em uma <a href="http://www.rollingstone.com.br/edicoes/56/textos/a-graca-de-um-herege/">entrevista para a Rolling Stone</a> do mês passado ele disse que era uma cara "que carrega preconceitos". Duvido que alguém não carregue. Mas isso não significa que a condescendência com os preconceitos seja o caminho. É de se pensar, contudo, se a melhor maneira de lidar com eles, em vez de sufocá-los, seja dar-lhes uma expressão autodestrutiva. Transformá-los em palavras incapazes de formar qualquer programa, qualquer utopia. Tirar sua potência, anulando seus efeitos. "Sangrá-los", digamos assim. Talvez o humor politicamente incorreto possa nos ajudar com esse "efeito sanguessuga".</div><div style="text-align: justify;">A princípio eu não ficaria preocupado com reações adversas a esse tipo de humor. Penso que elas seriam mesmo saudáveis. Mas o país anda muito propenso, ultimamente, ao bom-mocismo. Isso é o que me preocupa de fato. O meu temor, no final das contas, é que acreditemos que para conseguirmos mais liberdade, precisemos ceder liberdade; que acreditemos que é necessário trocar uma liberdade por outra. Para nós, que estamos tentando dar uma forma social para nossa democracia, isso pode ser muito perigoso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="blogger-post-footer"><font color=red><b> >>> </b></font>Veja <a href="http://bibliolalia.blogspot.com">bibliolalia</a>: ler e falar de livros<font color=red><b> << </b></font>||
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Paulo de hoje. </div><div style="text-align: justify;">Quando eu fui repórter, lá nos idos de 1996, ocorreu um fato qualquer (não me lembro dos detalhes) que pôs um jornalista em evidência. Na época, a editora do jornal (que, aliás, foi minha primeira professora de jornalismo), cunhou uma frase que eu nunca esqueci, principalmente porque nos anos que se seguiram ela pouco se confirmou: <i>jornalista só é notícia quando é preso ou quando morre</i>. Ou alguma coisa do gênero.</div><div style="text-align: justify;">Essa sentença me pareceu curiosa, pois eu não sabia dizer, de pronto, se ela era uma constatação factual sobre a profissão ou se era uma diretriz ética. Ou ambos (às vezes, o <i>status quo</i> é o que se quer manter).</div><div style="text-align: justify;">Com o tempo, porém, identifiquei nela um componente psicológico. Os jornalistas, seja por um hábito, seja por convicção, não gostam de ser o foco das atenções. E, principalmente, não gostam que outros jornalistas sejam o foco das atenções. O colunismo é a única exceção, até para manter aquela sensação de "esforço e recompensa" de que qualquer profissão precisa. Afinal, para todos os efeitos, só os mais competentes e capazes são titulares de colunas. E, para efeito dos cafezinhos das redações, só os que têm melhor trânsito com a chefia ou com o dono do jornal.</div><div style="text-align: justify;">Imaginem, então, se alguém decide pôr o jornalista sob o foco das câmeras. E pior: num programa recheado de humor. E pior ainda: invertendo a praxe jornalística. Inaceitável, certamente inaceitável. </div><div style="text-align: justify;">Ora, mas isso vem sendo feito há algum tempo, entre nós, brasileiros. Ernesto Varela e os filhos do Amaral é o exemplo mais antigo de que posso me lembrar. Mas, penso, esse personagem era melhor aceito pela categoria dos jornalistas por conta da época em que era feito. O Brasil estava sentindo a garganta presa e precisava dizer para si mesmo umas verdades. Precisava pôr autoridades, que abusavam impunemente de suas posições, no palco da comédia política em que o rei estava a cada dia mais nu.</div><div style="text-align: justify;">Depois, veio o Casseta e Planeta. Não falo do trabalho de seus redatores na revista em que começaram, mas penso especificamente no programa de TV. Coisa curiosa de se pensar que eles tenham conseguido penetrar, com sua acidez, os cenários da Globo, que sempre foi conservadora, especialmente sobre política. Os "cassetas", porém, já saíram com um <i>slogan</i> que amenizava os espíritos, especialmente dos colegas jornalistas: <i>humorismo verdade, jornalismo mentira</i>. Não era jornalismo, portanto, pensavam o editor, o colunista, o chefe de redação. Era aceitável. </div><div style="text-align: justify;">Com o CQC, a coisa é diferente. Nem mesmo a presença de Marcelo Tas como capitão do time parece estar ajudando com a "companheirada" jornalística. Ou, pelo menos, não junto à Folha. Talvez porque, diferentemente dos "cassetas", eles não peçam licença para poder satirizar os limites do nosso jornalismo político de autoridades. Talvez porque, ainda, eles consigam fazer com que essas mesmas autoridades, que batem cartão nos telejornais do país, "desçam do salto" e se refugiem no "você sabe com quem está falando?" - mesmo que isso, às vezes, não seja dito com palavras, mas com o braço de algum segurança, ou a mão-boba de um ou outro parlamentar metido a "espertinho".</div><div style="text-align: justify;">Duas coisas, contudo, me chamaram mais a atenção nessa página da Folha. Uma, o destaque para o sucesso financeiro dos rapazes do CQC, especialmente de Rafinha Bastos e Danilo Gentili. Outra, a acusação de "duas-caras", isto é, de que são bonzinhos na TV e mauzinhos nas redes sociais e nos seus <i>shows</i> de <i>stand-up</i> <i>comedy</i>. Uma colunista chegou a compará-los ao duplo personagem de Stevenson, Dr. Jekyll/Mr. Hyde. Teria o primeiro dado incomodado demais a ponto de descambar na comparação um tanto imprópria?</div><div style="text-align: justify;">Imprória? Claro. Comece pelos nomes, leitor-transeunte: a postura politicamente incorreta desses rapazes, presente em seus shows e em redes sociais (e também na TV...), tão exposta, poderia ser comparada a um Mr. "Hyde"?</div><div style="text-align: justify;">Mas há um aspecto na comparação de que a colunista realmente não se deu conta: Rafinha Bastos e Vitor Gentili, assim como dos personagens de Stevenson, são, em seus programas e shows, personagens também. Essa talvez seja a principal confusão. Ao contrário dos integrantes do Casseta e Planeta, os do CQC são (bem, nem todos, é verdade) melhores na apresentação de seus textos. Rafinha Bastos, então, é o melhor exemplo. Desde o título de seu show, o <i>Arte do Insulto</i>, ele deixa bem claro a que se propõe. Quem já teve a oportunidade de assistir a seus vídeos no Youtube percebe isso melhor. E ele leva isso para a TV, em seus comentários esdrúxulos no CQC.</div><div style="text-align: justify;">O caso de Rafinha, aliás, é o mais elucidativo. Porque ele atua, de fato, nas duas linhas: a jornalística e a humorística. Como jornalista, em A liga, ele aborda assuntos de utilidade pública e direitos civis de um modo ágil e empático; muito próximo, aliás, de abordagens "sérias" feitas por outros jornalistas. No CQC, ele traz para a bancada do apresentador aquele gaúcho reclamão de seus shows e de seus vídeos do Youtube, uma espécie de âncora mal-humorado que, de vez em quando, morde a própria língua. Pode-se falar em contradição em uma e outra forma de apresentação? Ou será que os jornalistas gostariam que ele fosse realmente homofóbico, como o clichê que ele representa? Será que alguém com mais de um neurônio consegue pôr no mesmo saco a bancada evangélica do Congresso Nacional e o CQC?</div><div style="text-align: justify;">Ou será que o que incomoda mesmo é que ele e os demais rapazes do CQC tragam o jornalismo para o primeiro plano e o subvertam diante das câmeras? É engraçado ler um trecho da matéria, que diz: </div><blockquote><div style="text-align: justify;">"<span style="color: blue;">Em uma inversão da lógica jornalística, o mais importante não é a resposta recebida, e sim a pergunta feita.</span>" </div></blockquote><div style="text-align: justify;">Será que os colegas jornalistas estão com inveja de não poderem fazer perguntas como a que Danilo Gentili fez a Renan Calheiros? Ou estarão enfurecidos porque o "jornalismo moleque" que o CQC apresenta na telinha faz o seu jornalismo parecer mais "engomadinho" e "bem-comportado", por contraste?</div><div style="text-align: justify;">Acho estranho que peçam coerência em matéria de humor. Este país parece não aceitar muito bem algo que vá além da piada-pronta. Depois da cláusula de embargo aos humoristas vigente nas últimas eleições, talvez uma lei que decrete o bom-mocismo como a regra de conduta seja promulgada em breve. E aí, todos nós poderemos viver como uma sociedade inglesa vitoriana. Aliás, aquela mesma que permitiu a Stevenson conceber um personagem como o Dr. Jekyll, que atemoriza o sono dos jornalistas da Folha...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
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<div style="text-align: justify;">Saiu em nota na <i>Ilustríssima</i> da <b>Folha de S. Paulo</b> de hoje o anúncio: "a tradução inédita da obra de Karl Marx...". Qual obra? "A guerra civil na França".</div><div style="text-align: justify;">Só tem um probleminha: aqui no país já existe uma tradução da Editora Alfa-Ômega (de São Paulo), feita a partir do espanhol e confrontada com a edição francesa, referenciada nas edições inglesa e alemã. Edição esgotada, presumo. </div><div style="text-align: justify;">Pensei que fosse (mais um) erro de jornalista, mas que surpresa em ver o anzol brilhando na <a href="http://www.boitempo.com/livro_completo.php?isbn=978-85-7559-173-4">página da editora</a>: "uma tradução inédita" (veja um <i>print </i>da página abaixo). </div><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-gg5OhH5UyPU/TcgIm86sOTI/AAAAAAAAAN0/gtX72qZdIOM/s1600/boitempo.bmp" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-gg5OhH5UyPU/TcgIm86sOTI/AAAAAAAAAN0/gtX72qZdIOM/s1600/boitempo.bmp" /></a></div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">O autor da nota pode até dizer que a editora o induziu a pensar que a obra ainda não tinha sido traduzida (e, além do mais, quem se lembra da Editora Alfa-Ômega além de uns marxistas empoeirados e uns caras que têm os sebos por segunda casa?). De fato, a editora não precisava recorrer a esse expediente fácil de propaganda. Afinal, de que interessa o ineditismo de uma tradução em particular quando a tradução da obra em si não é inédita?</div><div style="text-align: justify;">Mas, prezado jornalista, um artigo significa muito! E custa caro para o sentido... Tudo bem que a editora negaceou. Você, porém, pagou o preço.</div><br />
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Dissidência no seio da realeza.<br />
Caros leitores-passageiros, parece que não fomos os únicos que não aguentavam mais ouvir falar do tal "casamento real".<br />
Talvez agora os jornalistas possam se convencer de que Kate Middleton não é Diana Frances Spencer e voltar ao trabalho.<br />
E não, eu não vou fazer nenhum trocadilho com a expressão "casamento real". Até porque a daminha de honra aí acima já disse tudo. </div><div class="blogger-post-footer"><font color=red><b> >>> </b></font>Veja <a href="http://bibliolalia.blogspot.com">bibliolalia</a>: ler e falar de livros<font color=red><b> << </b></font>||
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<br />
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</div><div style="text-align: justify;"><b>A lógica de Bolsonaro</b></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><i>Manhã do dia 29 de março. Gabinete do deputado. Entra um assessor esbaforido. </i></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Assessor</b>: Deputado, deputado, sua <a href="http://www.youtube.com/watch?v=UrLpLXe-q08">declaração no CQC</a> de ontem à noite repercutiu muito mal. Comenta-se que vão processá-lo por racismo. </div><div style="text-align: justify;"><b>Deputado</b>: O que eu disse mesmo?</div><div style="text-align: justify;"><b>Assessor</b>: O Sr. disse que apaixonar-se por uma negra é promiscuidade. </div><div style="text-align: justify;"><b>Deputado</b>: Então diga que eu entendi mal. Diga que eu entendi "gay" em vez de "negra". </div><div style="text-align: justify;"><b>Assessor</b>: Mas, deputado, é discriminação do mesmo jeito!</div><div style="text-align: justify;"><b>Deputado</b>: Não, é democrático. Assim, em vez de ofender uma cor apenas eu ofendo um arco-íris inteiro de uma só vez. (<i>Sai o assessor. O deputado se levanta e admira-se no espelho em frente a sua mesa</i>) Como eu queria que o general Figueiredo me visse agora! Chuck Norris e Capitão Nascimento que se cuidem!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="blogger-post-footer"><font color=red><b> >>> </b></font>Veja <a href="http://bibliolalia.blogspot.com">bibliolalia</a>: ler e falar de livros<font color=red><b> << </b></font>||
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Explico: um contingente enorme de gente, diante da imposição do voto e da falta de perspectiva política, escolheu o palhaço. Agora que a pressão eleitoral passou, todos relaxam e se divertem fazendo pouco caso do deputado. Difícil dizer com qual dos dois modos Tiririca proporciona mais prazer aos brasileiros. Um prazer cruel e maledicente, está claro. </div><div style="text-align: justify;">Embora eu já tenha visto amostras desse novo passatempo nacional até em filas de supermercado, o comportamento da imprensa e alguns comentários de leitores é o que me chama mais a atenção. Mas nada como <a href="http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,tiririca-ja-paga-resort-com-dinheiro-publico,700619,0.htm?p=1" title="Tiririca já paga resort com dinheiro público">a manchete</a> impagável de ontem, de <a href="http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,tiririca-ja-paga-resort-com-dinheiro-publico,700619,0.htm?p=1">O Estado de S. Paulo</a>. O gênio autor dessa pérola editorial deveria ter seu nome cunhado na história. Pois ele conseguiu o que poucos escritores conseguem: revelar o próprio caráter por sob a impassibilidade das palavras. Se tivesse escrito "olha aí, ó, eu não disse?", não teria sido mais explícito. Não me lembro de quem já tenha dotado um "já" de tanto significado. Afinal, quem estaria esperando que isso acontecesse, não é?</div><div style="text-align: justify;">É certo e é bom quando a imprensa descobre casos de mau uso do dinheiro público. Principalmente porque, sob o mau uso de vultosas somas, há outros crimes ainda mais graves, de cunho político, que viciam a democracia. Duvido, porém, que pedir um reembolso de pouco menos de mil reais (isso mesmo, R$ 660,00 + R$ 311,00, segundo a apuração do próprio jornal) possa esconder muito mais do que uma ou outra champagne e um beliscão envergonhado num caviar. Num cenário em que temos que aguentar em nossa vida política gente como Jader Barbalho, Renan Calheiros e José Sarney (nem todos com mandato, mas à solta por aí...), o tom da manchete soa, para dizer educadamente, desproporcional. Especialmente vindo de um jornal que estampa aos quatro ventos o fato de estar sendo censurado há mais de um ano. </div><div style="text-align: justify;">Tiririca não é o deputado dos meus sonhos. Aliás, felizmente, eu nem sonho com deputados. E o seu partido é que é, para mim, uma piada mal feita. Porém, a imprensa trabalharia muito melhor, e nós faríamos melhor coisa, se parássemos com esse clima de perseguição. Ele foi eleito. Isso não lhe dá o direito de fazer o que quiser, mas lhe dá a obrigação de fazer do seu mandado algo que o povo queira. Isso é o que lhe deve ser cobrado. </div><div style="text-align: justify;">Em última análise, os perplexos da república não percebem que até agora só o estão fortalecendo. Tentaram acusá-lo de analfabeto, não conseguiram. Acusam-no de solicitar reembolsos indevidos que não somam sequer quatro dígitos. Pode até ser que isso divirta alguns leitores como os do Estadão - aquela gentalha que vê com horror chegarem até o "andar de cima" as pessoas que padeceram com a má distribuição de renda e de direitos públicos no Brasil. Mas isso só tende a se tornar cansativo e inócuo aos ouvidos dos eleitores: estes sabem que muitos outros, partidários da escola democrática do general Figueiredo (que preferia o cheiro dos cavalos ao do povo), estão desviando milhões. A única coisa decente a fazer agora é esperar. E, da parte dos de boa vontade, torcer para que o nosso palhaço deputado não se torne mais um deputado palhaço.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: center;"><object height="398" width="490"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/gdhlGbR4eOY?fs=1&hl=pt_BR&rel=0"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/gdhlGbR4eOY?fs=1&hl=pt_BR&rel=0" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="490" height="398"></embed></object></div></div><div class="blogger-post-footer"><font color=red><b> >>> </b></font>Veja <a href="http://bibliolalia.blogspot.com">bibliolalia</a>: ler e falar de livros<font color=red><b> << </b></font>||
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<div id="gmBFhv" style="-moz-border-radius: 3px 3px 3px 3px ! important; background-color: rgb(168, 236, 255) ! important; border: 1px solid rgb(0, 67, 179) ! important; color: rgb(0, 0, 0) ! important; display: none ! important; font-family: Arial ! important; font-size: 12px ! important; font-weight: normal ! important; height: auto ! important; left: 401px ! important; line-height: normal ! important; margin: 0px ! important; padding: 1px ! important; position: absolute ! important; top: 621px ! important; vertical-align: middle ! important; visibility: hidden ! important; width: auto; z-index: 1410065406 ! important;"></div><div class="blogger-post-footer"><font color=red><b> >>> </b></font>Veja <a href="http://bibliolalia.blogspot.com">bibliolalia</a>: ler e falar de livros<font color=red><b> << </b></font>||
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><img border="0" height="136" src="http://3.bp.blogspot.com/_-Wz9t6LZKoA/TMtHtMhhLDI/AAAAAAAAAIk/MKG4UtjdU9o/s320/segundoturno.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="320" /></span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Serra que (disse que) amava Aécio que ama </span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">Dilma que (disse que) ama Marina que </span></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: small;">(sorte nossa) não ama ninguém. </span></td></tr>
<span style="font-size: x-small;"> </span> </tbody></table><div style="text-align: justify;">Para mim, o impagável veio no segundo turno. Num movimento sincronizado que teria deixado o próprio Judas com inveja, eis que vemos os dois protagonistas descaradamente estendendo as mãos para aqueles que, pouco antes das eleições, fizeram questão de esmagar com todo o peso que tinham (e com algum que pegaram emprestado): Serra correu para os braços de Aécio, porque precisa de Minas no segundo turno como nunca, e Dilma tentou fazer um chamego em Marina. Ora, é claro que os dois procuraram Marina. Mas o movimento de Dilma tinha um gostinho especial: afinal, foi ela que passou como um trator sobre o Ministério do Meio Ambiente (quando Marina era a titular) para aprovar a <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://salsa.democracyinaction.org/o/2486/o/2486/l/por/p/dia/action/public/?action_KEY=4772">Hidrelétrica de Belo Monte</a>. Foi o que acabou fazendo Marina sair do governo e do PT e lançar-se a candidata que absorveu os votos de quem não quer nada com a Unigênita de Lula (e sabe que votar em Serra é um fiasco). </div><div style="text-align: justify;">Quanto a Serra e Aécio... bem, abraço entre homens é sempre um tanto suspeito: ou nenhum dos dois quer ou um quer mais que o outro. Claro que havia o ressentimento do mineiro. Mas Aécio vai mostrando que é um mestre nas contradanças do grande baile de máscaras da política. É claro que ele vestiu a fantasia de <i>pierrot</i> apaixonado... não antes de ter dado certos saltos de polichinelo. No fundo, ele é um tradicionalista: pois se a hipocrisia e a falsidade são componentes da política, os políticos mineiros tendem a ser perfeccionistas no assunto. </div><div style="text-align: justify;">Enfim, dois movimentos belos pela sua simetria. Chego a suspeitar que a política é, no fundo, a arte de saber perdoar. No melhor momento, claro. </div><div class="blogger-post-footer"><font color=red><b> >>> </b></font>Veja <a href="http://bibliolalia.blogspot.com">bibliolalia</a>: ler e falar de livros<font color=red><b> << </b></font>||
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<tr><td style="text-align: center;"><img border="0" height="163" src="http://www.televisionando.it/wp-galleryo/simpson-osservatore-romano/_4minisimpson_01.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="200" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">"Toca aí, velhinho!"</td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;">Às vezes penso que a vida de um homem sinceramente religioso deve ser mesmo difícil. Quer dizer, digo "religioso" para assinalar aqui todo aquele que, de uma forma ou outra, por meio de uma instituição qualquer, ou mesmo sem ela, vive desse modo curioso que é eleger "valores celestes", concebidos desde o início "sem pecado", e, uma vez que a gravidade é uma lei que não pode ser revogada, procurar na terra, por todos os meios, uma espécie de eco daqueles valores... Para mim, a autoimagem mais honesta de um cristão (que é "o religioso por excelência") é a de um Kierkegaard lendo o mito do sacrifício de Isaac: aquela fé absurda na voz do Grande Outro, fé que se angustia enquanto aguarda que Ele saia de sua mudez e lhe dê uma palavrinha de reconhecimento...</div><div style="text-align: justify;">A coisa toda deve ficar ainda mais complicada quando se trata de educar os filhos. Imagine só: o homem já tinha para si mesmo a angústia de encontrar algo do céu na terra; agora, sente que precisa filtrar com o dobro de atenção, em meio a toda a produção cultural que temos disponível hoje, algo que sirva de lenitivo para si e de inspiração daqueles valores para seus rebentos inocentes. </div><div style="text-align: justify;">Pois não é que Luca Maria Possati, doutor formado pela Università di Roma "La Sapienza", escreveu em <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://www.vatican.va/news_services/or/or_quo/cultura/2010/240q04b1.html" id="aptureLink_PcGy8YkXka">L'Osservatore Romano</a> que Homer Simpson é - católico!</div><div style="text-align: justify;">O artigo versava a propósito de um artigo do padre jesuíta Francesco Ochetta (<i>Os Simpsons e a religião</i>, em <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://www.laciviltacattolica.it/it/quaderni/articolo/2435/i-%C2%ABsimpson%C2%BB-e-la-religione-/">La Civiltà Cattolica</a>). No resumo do artigo, o padre assinala que a prática religiosa e Deus são temas recorrentes no desenho. Possati, ao que parece, se animou e saiu-se com essa: "Pochi lo sanno, e lui fa di tutto per nasconderlo. Ma è vero: Homer J. Simpson è cattolico" (poucos o sabem, e ele faz tudo para escondê-lo. Mas é verdade: Homer J. Simson é católico). </div><div style="text-align: justify;">Claro que o padre, cioso de sua reputação, <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/101020/entretenimento/vaticano_religi__o_tv_curiosidade">disse que isso era um exagero</a>. Em todo caso, as citações textuais feitas por Possati (se bem que descontextualizadas), trescalam aquela inocência de menino virgem indo à zona pela primeira vez: afinal, nos Simpsons, "a religião e as súplicas a Deus são recorrentes" - escreve o padre jesuíta e cita o articulista italiano.</div><div style="text-align: justify;">Cá entre nós: os católicos, quando conservadores (desculpem aqui o pleonasmo) já são engraçados. Quando ensaiam esses passos mais "liberais" - são mais engraçados ainda. Mas, para a sorte deles, parece que ninguém além de Possati comprou a idéia. Do contrário, ia parecer mesmo que entre eles e Homer haveria algo em comum: a inteligência. </div><div style="text-align: justify;"><br />
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</div><blockquote><div style="text-align: justify;"><span style="font-size: x-large;"><i>Quando alguém se mete em briga com palhaço, pode estar certo: o profissional é o saltimbanco; o palhaço, quem sabe?</i></span> </div>(Elio Gaspari, "Miro feriu a censura, falta sepultá-la", 12/09/2010)</blockquote><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>A propósito</b>: a frase saiu na coluna de hoje do jornalista e serve muito bem de campa para a estúpida tentativa do STF de amordaçar os humoristas. Aquela que tentou impedir piadas com candidatos. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://www.youtube.com/user/STF">canal do STF no Youtube</a> publicou uma materiazinha (sempre com algum "juridiquês") que resume como ficou a situação:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><object height="405" width="500"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/M8W9vcggpcM?fs=1&hl=pt_BR&color1=0x5d1719&color2=0xcd311b&border=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/M8W9vcggpcM?fs=1&hl=pt_BR&color1=0x5d1719&color2=0xcd311b&border=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="500" height="405"></embed></object></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
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<div style="text-align: center;"><object height="405" width="500"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/dxf7Xu72esk?fs=1&hl=pt_BR&rel=0&color1=0x5d1719&color2=0xcd311b&border=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/dxf7Xu72esk?fs=1&hl=pt_BR&rel=0&color1=0x5d1719&color2=0xcd311b&border=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="500" height="405"></embed></object></div><br />
</div><div class="blogger-post-footer"><font color=red><b> >>> </b></font>Veja <a href="http://bibliolalia.blogspot.com">bibliolalia</a>: ler e falar de livros<font color=red><b> << </b></font>||
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</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É raro abrir um jornal e não se decepcionar com alguma crítica ou "análise" cuspida pela caneta de algum jornalista contemporâneo. </div><div style="text-align: justify;">Dessa vez, minha decepção veio com a (felizmente) curta <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://diariodainfamia.blogspot.com/p/sao-paulo-sabado-01-de-maio-de-2010.html#barcinski">contribuição de André Barcinski</a> no Ilustrada, caderno da Folha de S. Paulo deste domingo. </div><div style="text-align: justify;">O jornalista tenta, da forma mais tola possível, transformar em uma mera "aventura" <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/793185-diretor-de-avatar-voltara-ao-brasil-para-filmar-indios-em-3d.shtml" id="aptureLink_TMCcpRrPbK">o interesse do cineasta James Cameron</a> pelo drama dos índios do Pará diante da pressão do governo pela construção da hidrelétrica de Belo Monte. Depois de reconhecer a "legitimidade da preocupação" do cineasta (quem ousaria dizer o contrário?), sacou um ridículo argumento de autoridade: Cameron, por não ser um cientista ("ambientalista"), não deve ser levado a sério, por mais que tenha lido sobre o assunto. </div><div style="text-align: justify;">Ora, bolas, quando Cameron decidiu tomar o partido dos índios, tomou uma decisão política. Decidiu defendê-los e usa, a seu favor, um discurso ecológico coerente com seu filme, "Avatar". Pode parecer simplista, e isso pode ser discutido. Mas, se Barcinski fosse inteligente e capaz de deixar sua xenofobia e antiamericanismo de lado, pelo menos nesse assunto, entenderia que Cameron, hoje, representa a, talvez única, oportunidade de os índios que não concordam com a construção da hidrelétrica na região de Belo Monte serem ouvidos enquanto o governo do Estado do Pará e o Federal tentam dissolver a resistência aproveitando-se da falta de poder efetivo das ONGs pró-indios e da situação de "cidadãos de segunda classe" em que os índios vivem há tempos no Brasil. Note que uma <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0509201009.htm" title="para assinantes">matéria da</a> <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://diariodainfamia.blogspot.com/p/sao-paulo-sabado-01-de-maio-de-2010.html#eletronorte" title="se você não é assinante, clique aqui">própria Folha de hoje</a> trata do primeiro aspecto. </div><div style="text-align: justify;">A pequena "fantasia" proposta por Barcinski, não sem deboche, de uma Ivete Sangalo pressionando o governo Americano por melhores condições dos brasileiros emigrados para os EUA mereceria ser tratada com mais cuidado, porque é desejável. Vivemos em um mundo progressivamente integrado, e é cada vez menos aceitável usar de argumentos de soberania para justificar desrespeito aos direitos humanos, ainda que alguns governos insistam nisso. Cameron está, no momento, ao colar a imagem dos índios do Pará com os Na'vi de seu filme, fazendo mais em favor daquelas tribos do que o Estado brasileiro fez em muito tempo por todas as tribos em território nacional. Está lhes dando poder político, por meio da opinião da comunidade internacional. </div><div style="text-align: justify;">Dizer que o cineasta, tomando essa decisão, julga ser "o rei do mundo" é, no mínimo, delirante. Coisa apropriada para um <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://diariodainfamia.blogspot.com/2010/06/o-ira-fala-duas-linguas.html" id="aptureLink_i8gaLwIXgJ">Ahmadinejad</a>. E mostra debilidade mental (ou pura falta de caráter): quem não se lembra que, quando Cameron disse isso, ao receber o Oscar por Titanic, estava imitando seu personagem em um momento de fantasia voluptuosa no filme premiado (antes do trágico fim)? Barcinski passou por cima disso para fazer do cineasta uma reles espécie de "comissário do governo Bush". Mas o governo Bush se foi, Barcinski!</div><div style="text-align: justify;">É uma tolice deslegitimar as ações de Cameron só porque ele é norte-americano. Precisamos entender, de uma vez por todas, que indivíduos norte-americanos não refletem necessariamente o posicionamento do governo americano. O que, aliás, já deveria estar claro para todos desde a guerra do Vietnã. E o mesmo poderia ser dito dos brasileiros, se não estivesse a cada dia mais difícil perceber dissidentes reais na imprensa brasileira. </div><div style="text-align: justify;">Vou torcer, no entanto, que o texto do jornalista tenha surgido num daqueles momentos de cansaço, em que alguém na redação parcebe, na última hora, que vai ficar um buraco na diagramação da página. Vou torcer para que Barcinski tenha sido escolhido de última hora, porque estava de bobeira na redação, para preencher aquele pequeno espaço de papel e viu-se na urgência de dar alguma coisa ao editor. Ainda assim, digo que teria sido melhor meter ali um calhau qualquer. Pois às vezes é preciso muito pouco, de um ponto de vista ético, para fazer declarações desastrosas. </div><div style="text-align: justify;">Sei que para um jornalista essa pode ser uma lição difícil, mas ela deve ser aprendida: entre dizer qualquer bobagem e calar, é melhor calar. O silêncio, às vezes, é melhor companhia para o pensamento. </div><div class="blogger-post-footer"><font color=red><b> >>> </b></font>Veja <a href="http://bibliolalia.blogspot.com">bibliolalia</a>: ler e falar de livros<font color=red><b> << </b></font>||
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<br />
<center><object height="405" width="500"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/3BCuUUrJNq8?fs=1&hl=pt_BR&color1=0x5d1719&color2=0xcd311b&border=1"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/3BCuUUrJNq8?fs=1&hl=pt_BR&color1=0x5d1719&color2=0xcd311b&border=1" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="500" height="405"></embed></object></center><div class="blogger-post-footer"><font color=red><b> >>> </b></font>Veja <a href="http://bibliolalia.blogspot.com">bibliolalia</a>: ler e falar de livros<font color=red><b> << </b></font>||
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<tr><td style="text-align: center;"><a bitly="BITLY_PROCESSED" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBraPlOp3160LIa4e6f1EROD88H2kegdLQPfox9Bf-0ykFR2SMpTOpu-jl2pjSL5mSR0V5LZfCTEU0dtYWL63UuSsQLhy7F92N1rPAjKCS-6xnokaku52xfkJKu1DrAxt7Ly1W0rMJGIU/s1600/Escola+aborrecida" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="161" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBraPlOp3160LIa4e6f1EROD88H2kegdLQPfox9Bf-0ykFR2SMpTOpu-jl2pjSL5mSR0V5LZfCTEU0dtYWL63UuSsQLhy7F92N1rPAjKCS-6xnokaku52xfkJKu1DrAxt7Ly1W0rMJGIU/s200/Escola+aborrecida" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>- Foi pra isso que eu acordei cedo?</i></td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;">Somente hoje, doze dias depois de escrita, leio a <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://laboratorio.folha.blog.uol.com.br/arch2010-08-15_2010-08-21.html#2010_08-17_21_33_35-137296895-0" id="aptureLink_BSOOZ1TSWS">postagem de Sabine Righetti</a> no <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://laboratorio.folha.blog.uol.com.br/">Blog de Ciência da Folha</a>. Isso me animou a voltar a este meu rincão cibernético para desbastar o capim bravo do abandono que já crescia por aqui e para revolver algumas lembranças sobre os tempos de escola. </div><div style="text-align: justify;">A jornalista formou-se em uma universidade bem melhor do que aquela em que me formei. Por algum motivo, escolheu o jornalismo (que escolhi também e abandonei, por algum motivo). E tem praticamente a mesma idade que eu - o que acentuou o eco de seu texto em mim. </div><div style="text-align: justify;">Eu também tive um segundo grau aborrecido, não só com relação à física, mas em relação às ciências em geral. Acredito que muitos colegas daquele tempo tenham sentido o mesmo, inclusive os que se dedicavam às disciplinas voltadas para as ciências de base e para a matemática. Acredito, ainda, que estes últimos só mantinham seu interesse por elas porque tinham um motivo pessoal muito forte ou porque tinham um caráter pragmático decisivo: queriam ser engenheiros, médicos, veterinários, etc.; logo, precisavam de física, biologia, matemática, etc. </div><div style="text-align: justify;">Em tempo: estudávamos todos em escola particular, e vínhamos, em expressiva maioria, do ensino fundamental da rede particular. Não necessariamente o melhor, admito. </div><div style="text-align: justify;">Talvez o que me impediu de tornar um completo ignorante nessas matérias tenha sido uma curiosidade natural, daquelas que folheia o conteúdo das lições que estão mais adiante na apostila ou no livro. Mas as aulas eram um quase completo aborrecimento. </div><div style="text-align: justify;">A minha curiosidade, inclusive, produzia sonhos. Eu sonhava com o dia em que estaria em uma escola em que aulas de química sobre cálculos de isomeria seriam demonstradas com a ajuda de experimentos em laboratório para mostrar, a olhos vivos, a estabilização de uma reação. Eu sonhava com aulas de botânica dadas em meio a estufas e herbários, e zoologia com dissecções e estudos de morfologia em animais vivos. Eu ansiava que alguém me mostrasse, num computador, o quão útil era o cálculo de matrizes para a computação, como um professor de matemática, de passagem, disse uma vez em sala de aula. </div><div style="text-align: justify;">Certa vez, quase pensei estar sonhando quando um professor, vindo do nada, e sem anúncio, decidiu realizar em sala de aula a reação de uma solução de nitrato de prata à luz, acompanhada de sua notação científica. Sempre que pude, repeti à exaustão a experiência nas aulas de fotojornalismo, na faculdade (embora seja bem verdade que, naquela época, a estética me interessasse mais do que a ciência...).</div><div style="text-align: justify;">O resto, porém, foram apenas sonhos. </div><div style="text-align: justify;">Também convivi, como a jornalista, com um sem fim de musiquinhas e outros recursos mnemônicos criados por um ou outro professor oportunista (um, eu me lembro, chegou a gravar um CD. Promovia-o nas suas aulas...). Engraçado pensar, hoje, que toda aquela poluição de "macetes" ocupando a memória sem relação entre si escoou rapidamente para o ralo do esquecimento, depois do vestibular. Por sorte, uma ou outra pedra de conhecimento "do bom" permaneceu para que eu pudesse, ao menos, saltar de uma para a outra e costurar relações, quando foi preciso.</div><div style="text-align: justify;">Somente uma coisa veio em meu auxílio no segundo grau: a literatura. Nada poderia ser mais conveniente àquela idade em que nada parece confiável. Mas mesmo a literatura, ou pelo menos sua parte mais importante, tive de conhecê-la por conta própria, e quase por acidente. Não duvido que isso tenha determinado minha escolha pelo jornalismo - um tanto equivocadamente, admitamos. </div><div style="text-align: justify;">Mas, o mais desconcertante de pensar, hoje, quando vou lentamente reconciliando interesses literários com científicos, é ver o quanto esse aborrecimento pode ser causa de um fenômeno curioso entre universitários (principalmente os de humanidades, mas não só): um arrogante desprezo ou um temor sem ponderação diante de tudo o que pareça ciência ou pensamento científico. Vi isso ainda mais claramente quando decidi fazer, como segunda graduação, filosofia. De certa forma, esse comportamento aberrante me serviu de espelho e de auto-avaliação. Vi muita gente se refugiando em qualquer filósofo que, numa leitura rápida e pouco consistente, poderia dar "guarida contra a ciência". Vi, ainda, um comportamento deletério da parte dos professores de filosofia: ou estimulavam (conscientemente ou não) tal comportamento, formando "igrejinhas" em torno de si, ou quando, por força da cátedra, vinham em defesa do pensamento científico, agiam de forma tão imbecil e canhestra, que ficava realmente difícil dar-lhes razão - a menos que se fosse tão imbecil e sem talento quanto. </div><div style="text-align: justify;">E, quando digo que isso não afeta apenas as humanidades, lembro-me do que um professor universitário de biologia me disse, certa vez, sobre seus alunos de medicina, enfermagem (e mesmo de biologia): um crescente número de adeptos do criacionismo "científico". Não é preciso ser um ateísta militante como um <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://richarddawkins.net/" id="aptureLink_504tkSnh84">Dawkins</a> para perceber que o criacionismo, em ciência, é uma construção argumentativa tão equivocada como aquela "aposta na existência de Deus" proposta por Pascal: inútil para o crente, que já possui fé na existência; divertimento para o descrente, ao ver um crente fervoroso agindo como <i>croupier</i>. No entanto, é preciso dizer que a aposta de Pascal ainda eram bem mais elegante, em sua forma de expressão, do que o são muitos criacionistas por aí...</div><div style="text-align: justify;">Acho que Sabine Riguetti foi mais feliz do que eu. Teve melhor visão, creio. Eu cheguei a ouvir falar em jornalismo científico na falculdade, mas, naquela época, eu vivia imerso nesse ceticismo atoleimado com relação à ciência que obnubila a cabeça de muitos universitários ainda hoje. Fico feliz com sua felicidade, sem hipocrisia. </div><div style="text-align: justify;">Hoje, embora enxergue problemas teóricos ainda a ser esclarecidos sobre o chamado "jornalismo científico", que vão além da simples desconfiança (às vezes alimentada por exemplos concretos...) dos cientistas com relação à capacidade do jornalismo de reportar bem o estado da ciência, consigo ver a importância da defesa da divulgação científica feita por um paladino intergalático de <i>Cosmos</i>, como Carl Sagan. Afinal, que melhor contribuição estética a ciência nos daria do que a de vermo-nos como dentes-de-leão vagando, com nossas sementes de dúvida e de desejo, pelo universo?</div><div class="blogger-post-footer"><font color=red><b> >>> </b></font>Veja <a href="http://bibliolalia.blogspot.com">bibliolalia</a>: ler e falar de livros<font color=red><b> << </b></font>||
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A partir de hoje, todos os estudantes de pós-graduação do país poderão receber, além da própria bolsa de estudos, uma "complementação financeira" (para a qual ninguém estipulou um teto...) "desde que se dediquem a atividades relacionadas à sua área de atuação e de interesse para sua formação acadêmica, científica e tecnológica" (<a href="http://www.capes.gov.br/images/stories/download/legislacao/Portarias_conjuntas_n_1_e_2_Capes-CNPq_15-07-2010.pdf">veja a portaria</a>). </div><div style="text-align: justify;">O texto da <a href="http://www.capes.gov.br/images/stories/download/legislacao/Portarias_conjuntas_n_1_e_2_Capes-CNPq_15-07-2010.pdf">portaria</a> cria uma ampla margem discricionária e subjetiva para que orientadores e coordenadores decidam quais atividades atendem às duas condições acima. Muito provavelmente, as áreas de Ciências Humanas e de ciência de base que não têm muitas vagas no mercado de trabalho estarão mais livres para permitirem que seus alunos trabalhem como professores (o que não raro significa muitas horas de aula), enquanto parte da área de Ciências da Saúde poderá ver os seus em turnos hospitalares noite adentro. Certamente ainda será difícil provar que estudar engenharia elétrica e trabalhar como manicure são atividades relacionadas. Mas a mensagem é clara: "tá bom, pessoal, podem parar de fingir. Nós sabemos que vocês continuam trabalhando e recebendo um 'por fora'. Agora pode". </div><div style="text-align: justify;">Hoje, os alunos de programas de pós-graduação (que não são os únicos a receber bolsas, mas certamente são a massa crescente de demanda) estão recebendo entre R$ 1.200,00 (mestrado) e R$ 1.800,00 (doutorado), graças a um aumento que vigora há cerca de dois anos. Só alguém realmente muito estúpido pode achar que esses valores são suficientes, especialmente quando consideramos que, por exemplo, a maioria das bolsas concedidas em 2009 pela CAPES e pelo CNPq esteve concentrada no Sudeste, em geral em grandes pólos urbanos (salvo algumas exceções em Minas Gerais e São Paulo), onde está a maioria das principais instituições de ensino do país e onde o custo de vida é sabidamente mais alto. Além disso, hoje um servidor público ocupando um cargo de nível médio em uma universidade estatal ou em um instituto abrangido pela carreira de Ciência e Tecnologia recebe, respectivamente, cerca de R$ 1.500,00 ou R$ 1.300,00 (mas podendo, neste último caso, facilmente chegar a 2.500,00 com gratificações) no início da carreira. O aumento do valor das bolsas, por outro lado, é fixo e depende exclusivamente de um ato administrativo que nem é obrigatório nem precisa ter qualquer relação com índices de inflação. Com isso, o Estado, que pretendia incentivar a formação de quadros profissionais de excelência, acaba empurrando nossos melhores cérebros para uma carreira burocrática menor. E o pior: segmenta socialmente ainda mais o acesso e a permanência na pós-graduação - pois o aluno, para conciliar seus gastos com livros e outros materiais de pesquisa com suas necessidades básicas, acaba, em mais de um momento, recorrendo à família. Não é à toa que nem a <a href="http://geocapes.capes.gov.br/geocapesds/#app=c501&da7a-selectedIndex=0&5317-selectedIndex=0&82e1-selectedIndex=0">CAPES</a> nem o <a href="http://www.cnpq.br/estatisticas/indicadores.htm">CNPq</a> fazem estatísticas sociais da pós-graduação. Fica a sugestão para os cientistas sociais cruzarem os dados da Pesquisa Nacional de Domicílios (PNAD) do IBGE com os indicadores de bolsas de fomento dos dois órgãos. Eu, que já convivi profissionalmente com as necessidades de bolsistas, digo que é preciso um tanto de coragem e disposição para declarar independência financeira e terminar um mestrado simultaneamente. </div><div style="text-align: justify;">Não custa lembrar que um estudante de pós-graduação não é apenas um estudante, como em geral ocorre na graduação (com exceção dos que passaram pelo ensino médio profissionalizante), mas um profissional formado. Além do mais, a sua atividade discente está intimamente vinculada à produção de seu orientador, laboratório ou oficina em que trabalha. Ele não "apenas" estuda, como qualquer desinformado poderia pensar. E, cá entre nós: era um bocado de ingenuidade exigir exclusividade de um profissional formado pagando valores bem mais baixos que os de mercado. </div><div style="text-align: justify;">O preocupante nisso tudo não é se os estudantes vão ou não se dedicar menos aos seus projetos de pesquisa. Muitos já vêm, com ou sem o conhecimento de seus orientadores, mantendo atividades paralelas para se sustentarem. E muitos conseguem concluir seus cursos. O preocupante é que as duas principais agências de fomento nacional, com isso, estão dando sinais de esgotamento. Provavelmente, já vêm há algum tempo tendo que escolher se destinam mais verba ao custeio dos estudantes ou ao investimento institucional nos programas - o que é péssimo, pois ambos são igualmente necessários. Um garante distribuição social de acesso; o outro, a qualidade da atividade de pesquisa. Não acho que seja por acaso que ambas tenham tomado essa decisão este ano, depois do considerável aumento com os gastos com bolsas em 2009 com relação aos anos anteriores. Não vem coisa boa por aí. </div><div style="text-align: justify;">Muitos vão respirar aliviados. Acho, porém, que o momento é de prender a respiração. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><br />
<span style="color: red; font-size: large;"><b>+ essa </b></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Uma curiosidade: o Programa de Demanda Social da CAPES, que tem um caráter generalista (não capilariza os recursos por área, como a maioria dos editais do CNPq) e que teve seu regulamento reformulado este ano, prevê que as bolsas destinadas aos programas de pós-graduação por ele atendidos sirvam para manter, "em <b>tempo integral</b>, alunos de excelente desempenho acadêmico". Bem, realmente ainda não consegui imaginar uma situação em que possa haver uma atividade em tempo integral e uma outra paralela. "Integral" ainda diz respeito a "inteiro", não? Ou será que para a CAPES existe alguma parte além do todo?</div><div style="text-align: justify;">Parece que nossas agências de fomento estão tão preocupadas com um possível colapso financeiro vindo por aí que já nem sabem mais como estão regulamentando a concessão do fomento...</div><div class="blogger-post-footer"><font color=red><b> >>> </b></font>Veja <a href="http://bibliolalia.blogspot.com">bibliolalia</a>: ler e falar de livros<font color=red><b> << </b></font>||
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Em primeiro lugar, <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://diariodainfamia.blogspot.com/2010/05/os-parlamentares-e-biblioteca.html" id="aptureLink_Xd9fdv30RV">nosso parlamento</a> mostrou-se vagaroso demais e muito pouco eficaz ao criar uma lei que obriga que todas as instituições de ensino tenham uma biblioteca. Em segundo, <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://diariodainfamia.blogspot.com/p/sao-paulo-sabado-01-de-maio-de-2010.html#clipping1" id="aptureLink_FpCFazfQCj">falta bibliotecas pelo país</a> em boas condições para o uso. Em terceiro, vimos uma faculdade tradicional da principal instituição de ensino superior do país, a <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://diariodainfamia.blogspot.com/2010/06/descaso-com-bibliotecas-em-nivel.html" id="aptureLink_jmMEYhPSKf">Faculdade de Direito da USP</a>, relegando seus livros a caixas, ao mofo e às infiltrações de um prédio inadequado para a vivência acadêmica. Ontem e hoje, soubemos, com imenso desagrado, o descaso do Ministério da Justiça com seu acervo das <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/757411-brasilia-esconde-colecao-de-obras-raras-do-autor-alemao-goethe.shtml" id="aptureLink_OWIR2S0vWD">obras de Goethe</a> (talvez a coleção mais completa da América Latina) e o do Arquivo Nacional em Brasília com <a bitly="BITLY_PROCESSED" href="http://www1.folha.uol.com.br/poder/757910-acervo-da-ditadura-mofa-sob-goteiras-em-brasilia.shtml" id="aptureLink_wXqDPOnj2o">documentos do período da Ditadura Militar</a> na fila para a triagem. Temos aí demonstrações do executivo e do legislativo nacionais, de uma autarquia federal e outra estadual e todos os municípios criando um cenário, no mínimo, decepcionante. </div><div style="text-align: justify;">Gosto de livros. Acho que posso dizer por que todo esse cenário é preocupante. Porque ele me faz recordar de toda minha experiência em procurar por livros. </div><div style="text-align: justify;">É claro que temos ainda boas situações de conservação e de acesso, apesar de as condições de vivência serem, em geral, insatisfatórias. </div><div style="text-align: justify;">Isso já nos mostra um padrão: o Estado brasileiro, qualquer que seja o seu nível (Federal, Estadual ou Municipal), pensa que promover uma biblioteca se resume a montar um acervo organizado e disponibilizar controladamente o acesso a esse acervo, criando regras de empréstimo e consulta, etc. É claro que isso é fundamental, mas está longe de ser suficiente. Porque essa é a visão patrimonial de uma biblioteca, não é a sua dimensão vivencial. </div><div style="text-align: justify;">Conheci alguns diretores de bibliotecas para quem essa dimensão vivencial é simplesmente desprezível. Basta permitir que os alunos possam tomar o livro emprestado e sejam obrigados a devolvê-lo. E basta. </div><div style="text-align: justify;">Diatne disso, não posso deixar de lembrar de como comecei a frequentar bibliotecas. </div><div style="text-align: justify;">Morando em uma cidade culturalmente precária (e que nunca aceitou esse fato), comecei a me interessar intensamente por livros por volta dos 14 anos (aquela idade difícil). Para poder ler o que me interessava, tinha de recorrer à biblioteca municipal pois, embora houvesse uma biblioteca (bem pequena) em minha escola (particular, diga-se), esta nem sempre estava aberta e, quando estava, tinha um acervo insatisfatório (os livros interessantes ficavam inacessíveis e os livros acessíveis já estavam ficando insatisfatórios para mim). </div><div style="text-align: justify;">A biblioteca municipal, por sua vez, funcionava num prédio histórico antigo e pouco adequado para a conservação e a frequentação. Apesar disso, conseguia tomar emprestados alguns livros, apenas de literatura (o que já era alguma coisa para começar a formar o meu gosto). Tinha um jardim simpático, sujeito a chuvas, mas era pequena demais para juntar alunos de séries iniciais e adolescentes procurando respostas sob o mesmo teto. Assim, nós que líamos por interesse e não por obrigação, quase sempre achávamos mais vantajoso levar o livro para ler em casa. </div><div style="text-align: justify;">Creio que não seria demais dizer que sempre encontrei essa situação de pouca receptividade em todas as bibliotecas por que passei, mesmo as melhor equipadas. O resultado cultural disso é evidente: acessamos os livros, mas não acessamos outras pessoas que podem estar procurando o mesmo que nós. </div><div style="text-align: justify;">Por isso, quando vejo diretores de biblioteca tentando tornar sua biblioteca um lugar interessante promovendo eventos, lançamentos de livros e outros eventos parecidos, ou mesmo tentando tornar a biblioteca um centro de acesso à internet, não deixo de esboçar um riso irônico. São casos de boas intenções, e só. Não são inválidos, mas não tocam no ponto mais importante. </div><div style="text-align: justify;">Quando falo de um aspecto vivencial de bibliotecas, penso nas pessoas que vão a elas em grupo e as que vão sozinhas. Para as primeiras, é fundamental que a biblioteca seja confortável o suficiente para segurá-las lá, para que pesquisem, estudem e se divirtam lá enquanto procuram seja lá o que for. Que elas possam fazer do lugar uma espécie de sede imaginária de seu pequeno clube. Para os mais solitários, o conforto de um lugar onde se possa acidentalmente compartilhar angústias e tédios. E uns chistes eventuais. Tudo isso sem atrapalhar os necessários espaços de silêncio que uma bilbioteca deve abrigar, para os que estão naquela fase de mergulho numa questão. </div><div style="text-align: justify;">Tudo isso está bem distante de nossas bibliotecas. Elas não sabem conjugar espaços de conversa interpessoal e de solidão. Elas não conseguem, por isso, tornar-se o centro magnético de nossa vida cultural. </div><div style="text-align: justify;">Agregar o acesso à internet é um recurso precioso e importante, especialmente enquanto o acesso ao computador e à banda larga ainda não se popularizou no país. Mas é ainda o mesmo aspecto patrimonial. </div><div style="text-align: justify;">As bibliotecas do nosso país deveriam esforçar-se para ser como aquelas livrarias históricas, como a José Olympio, confortável para atrair literatos e escritores em geral em seus momentos de ócio ou de pesquisa. Lugares onde as pessoas possam demorar-se. </div><div style="text-align: justify;">Tudo isso nos falta porque temos pouca intimidade com os livros, e continuaremos com pouca intimidade enquanto isso nos faltar. </div><div style="text-align: justify;">Disse que gosto de livros. Disse do que sinto falta no contato com o lugar onde encontro os livros que procuro. Agora, quero dizer o que encontro neles - não nos lugares, mas nos livros. </div><div style="text-align: justify;">Só procurei os livros porque me interessei por eles. Isso foi quase acidental. Mas, uma vez ocorrido o acidente, quis reproduzi-lo ao infirnito. Por uma razão simples: fiquei mais forte. Se, por um lado, por me faltar qualquer orientação em minha busca por livros (eu nem saberia dizer o que procurava, com certeza), eu tenha ficado mais solitário por conta do tempo maior que sentia necessidade de dedicar a eles, por outro, meu desenvolvimento intelectual foi sensivelmente melhor que o de muitos colegas de escola que não se dedicaram a essas horas solitárias. Nunca teria trocado minha vida pela deles, desde então. Por isso, entendi: há um poder depositado nos livros, como o poder de sementes. Pegamos tais sementes ali depositadas e as engolimos e fazemo-las crescer a partir de nosso próprio substrato e elas se desenvolvem, cravando raízes em nós e deixando nosso próprio substrato mais fibroso, mais resistente, mais forte, menos cediço. Alguns podem chamar isso pelo nome de autonomia. Eu prefiro dizer que os livros me deram a força necessária para aspirar à liberdade. </div><div style="text-align: justify;">É por isso que considero todos os fatos decepcionantes vistos até hoje crimes de lesa-liberdade. Aos que considerem isso um excesso, digo que não passam de tolos. "Será que o cuidado com a coleção goetheana faria tanta diferença?", poderiam perguntar. Bom, é claro que os estúpidos não são capazes de reconhecer a grandeza da vida de um homem de letras e ciências como Goethe. E, por outro lado, se alguém é capaz de deixar uma coleção de tal qualidade mofar, então é capaz de tudo. Até de vender livros didáticos como papel para reciclagem, como já aconteceu. </div><div style="text-align: justify;">O Estado brasileiro não quer que seus cidadãos aspirem à liberdade. Ele quer dotá-los de igualdade social, e só. Não quer que as diferenças cresçam, porque pensa que as diferenças são destrutivas, como o talento. Então, nossos deputados não se importam tanto se nossas escolas terão bibliotecas, o Executivo não se importa com os livros que estão sob sua responsabilidade, e nossas instituições promotoras de acervos não se importam tanto com nossa história e com nossos estudantes. Subsiste, parece, aquela desconfiança imperante em nossa última ditadura diante de uma possível reunião acidental de pessoas inteligentes. Ainda que isso se tenha tornado legal. </div><div class="blogger-post-footer"><font color=red><b> >>> </b></font>Veja <a href="http://bibliolalia.blogspot.com">bibliolalia</a>: ler e falar de livros<font color=red><b> << </b></font>||
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</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="color: #cc0000; font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;"><span style="font-size: large;"><b>Exemplo de bom filho</b></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quem se mostrou um exemplo de obediência filial até o momento foi o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. Operador da polêmica coligação pró-Márcio Lacerda em 2008, contava ter garantido seu nome para o governo do Estado em 2010. Haveria apenas uma questão doméstica a ser resolvida com Patrus Ananias. No final das contas, a pedido do Pai, ficou sem governo e sem vice-governo. Claro que reclamou um pouco. Mas, no final, abaixou a cabeça, gritou um "Viva Dilma" e aceitou uma <a href="http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2010/06/07/noticia_politica,i=163046/PIMENTEL+VAI+SER+CANDIDATO+AO+SENADO+NA+CHAPA+ENCABECADA+POR+HELIO+COSTA.shtml">vaguinha no Senado</a>. Comovente exemplo de obediência. </div><div class="blogger-post-footer"><font color=red><b> >>> </b></font>Veja <a href="http://bibliolalia.blogspot.com">bibliolalia</a>: ler e falar de livros<font color=red><b> << </b></font>||
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</div><div style="text-align: justify;">Enfim, começo a suspeitar também que a simpatia de Lula por Ahmadinejad vá além das vantagens estratégicas, como alega a parcela nacionalista da inteligência do PT. Há uma afinidade na linguagem de ambos. Quero dizer, ambos tem um mau gosto por hipérboles. </div><div style="text-align: justify;"><br />
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Meu colega chegou ao estágio de introdução aos "mistérios" do grupo. Sem entrar em muitos detalhes, me descreveu a iniciação: não havia um mestre para comandar os ofícios, já que tomavam-se por iguais (o que é bastante compreensível, afinal, após possuir uma certa quantidade de dinheiro e poder, todos se parecem muito...). Depois de uma breve sessão de abraços discretos terminados com a imposição recíproca de mãos sobre o lado esquerdo do peito dos pares que se abraçavam, todos se reuniam em círculo de mãos dadas por alguns minutos, quando permaneciam em silêncio e de olhos fechados. A seguir, um criado entrava, vestido de branco, com algumas taças vazias, e as distribuía entre os presentes, que iam abrindo os olhos. "Simbolizava a abertura para o mundo", disse meu colega, "as taças vazias eram metáforas de nós mesmos". Em seguida, cada participante tangia sua taça vazia na dos dois vizinhos, e fazia ressoar o "Tim-tim da humildade", que precedia a etapa seguinte, quando as taças seriam cheias com água mineral e trocariam-nas entre si, no mais perfeito espírito comunal. </div><div style="text-align: justify;">- O som daquelas taças vibrando pareceu-me quase que ensurdecedor - contou-me. - Para dizer a verdade, não sei o que era mais penoso: ouvir aquele tilintar cheio de humildade grandiloquente ou aguentar as conversas fúteis com aquela gente. Fiquei com saudade de nossos papos bestas de faculdade. Pelo menos eram mais interessantes, acredite. </div><div style="text-align: justify;">Bem, evidentemente meu colega não enriqueceu. Não que eu saiba. Vali-me mais uma vez de nossa intimidade para tirar um sarro de sua cara, me levantei e deixei-o lá no bar, sozinho e olhando para um copo ordinário de cerveja. Um copo cheio. </div><div class="blogger-post-footer"><font color=red><b> >>> </b></font>Veja <a href="http://bibliolalia.blogspot.com">bibliolalia</a>: ler e falar de livros<font color=red><b> << </b></font>||
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Uma coisa é certa: se rolar a janta, os dois não precisarão de mesa. As caras dos dois servem de tampo.<br />
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<div class="uolVideoPlayer" style="text-align: center;"><a href="http://storage.mais.uol.com.br/embed.swf?mediaId=4597728">Veja vídeo</a><br />
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Cá entre nós, é outro exemplo de genialidade: a faculdade precisava de mais salas de aula. Se o prédio não é grande o suficiente para alunos e livros - ora, a biblioteca que se dane, não é mesmo? E, além do mais, os alunos podem muito bem passar sem bilbioteca durante um semestre letivo inteiro.<br />
Quase que dava pra lançar uma campanha: "Inviabilize o ensino e torne-se reitor de uma universidade". <br />
A administração do ensino cada dia faz menos jus à educação. Quanto ao ensino propriamente dito, fica difícil não pensar no pior.<br />
E olha que é a USP... O que será que está acontecendo lá na escola da Tia Mariquinha do Gragoatá? <br />
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<center></center><center><object height="385" width="420"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/OjnQncu_l50&hl=pt_BR&fs=1&rel=0&color1=0x5d1719&color2=0xcd311b"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/OjnQncu_l50&hl=pt_BR&fs=1&rel=0&color1=0x5d1719&color2=0xcd311b" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="420" height="385"></embed></object></center><br />
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<div style="color: red; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><b>+ essa</b></span></div><div style="color: red; font-family: Times,"Times New Roman",serif;"><span style="color: black;">A televisão anda devagar e eu mais ainda. Quando o CQC chegou à Faculdade de Direito da USP <a href="http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u735330.shtml">muita coisa já tinha acontecido</a>. Na verdade, o programa pegou até leve, dados os acontecimentos anteriores. Alguns alunos, inclusive, organizaram um <a href="http://182-21.blogspot.com/2010/05/agua-invade-edificio-das-bibliotecas.html">blog que mostra fotos</a> decepcionantes do estado do acervo. <br />
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</span></div><div class="blogger-post-footer"><font color=red><b> >>> </b></font>Veja <a href="http://bibliolalia.blogspot.com">bibliolalia</a>: ler e falar de livros<font color=red><b> << </b></font>||
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Trata-se da <a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12244.htm">lei 12.244</a>, que pretende garantir que toda escola, pública ou privada, tenha uma biblioteca. O texto é bastante simples: quatro singelos artigos, curtinhos, incluindo o tradicional dispositivo "Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação".</div><div style="text-align: justify;">Bem, o primeiro ponto revelador não diz respeito ao trabalho de nossos tão ocupados deputados e senadores, mas ao objeto de sua atenção. Por sorte ainda não há necessidade de nenhum legislador que nos force a beber água regularmente. Temo, porém, que este dia esteja próximo. Afinal, se há necessidade de obrigar uns tantos prefeitos, governadores e empresários a colocar bibliotecas nas escolas, a coisa não vai bem. E sabemos que não vai. Se a garotada não tiver livros à mão, seu viço vai sumir, como uma planta desidratada. Surpreende que, a esta altura, a existência de uma biblioteca - bem montada, com acervo atualizado e de qualidade, aberta e utilizável - não seja pressuposta quando se fala em abrir uma escola. </div><div style="text-align: justify;">O segundo ponto, no entanto, cai direto sobre os ombros dos nossos empenhadíssimos legiferantes.Não bastasse o projeto ter levado quase <b>sete anos</b> em <a href="http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=130497">tramitação</a> (ordinária) na Câmara dos Deputados e no <a href="http://www.senado.gov.br/sf/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=95219">Senado</a>, o texto da lei prevê que a universalização deverá estar completa em <b>até dez anos</b>. Com isso, nossos parlamentares conseguiram garantir que toda a geração nascida no início deste milênio poderá chegar às portas do ensino superior (supondo que termine o segundo grau) sem nunca ter entrado numa biblioteca. Sobretudo porque nós sabemos que <a href="http://www.cultura.gov.br/site/2010/05/03/levantamento-inedito-do-minc-revela-que-mais-de-400-municipios-brasileiros-nao-tem-biblioteca-publica/">faltam bibliotecas neste país</a>. </div><div style="text-align: justify;">Pelo visto, nossos parlamentares são bastante escrupulosos. Descontado o último artigo, que não requer análise, temos uma curiosa média de dois anos e uns três meses de leitura e discussão para cada artigo até o envio para sanção do presidente. Contudo, talvez eu seja um idiota e não consiga ler as sutilezas extremamente diáfanas da técnica legislativa contida nessa meia lauda de texto (uns 914 caracteres). Só pode ser isso: tanta demora para concluir a performance virtuosística dos nossos representantes...</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://releitura.files.wordpress.com/2007/07/livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="http://releitura.files.wordpress.com/2007/07/livros.jpg" width="139" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Há um desinteresse generalizado pela política educacional inversamente proporcional ao valor cada vez maior que todos depositamos na educação. Todos parecemos estar de acordo ao dizer que educação é muito importante (a educação formal mesmo). Mas quando se trata de tomar decisões práticas que a afetem diretamente (haver ou não bibliotecas, por exemplo), o que vemos é o desinteresse de diretores de escola, prefeitos, governadores e donos de escolas particulares. E, claro, nossos legisladores máximos comungam do mesmo sentimento. É reveladora tanta demora; e é vulgarmente clara a intenção de concluir o trâmite em um ano de eleições, depois de passadas duas legislaturas.Todos ganham com isso. Quero dizer: o autor da proposta, os relatores pachorrentos, todos que votaram a favor, e até o presidente que apenas sancionou. Todos estarão este ano berrando aos quatro ventos que são pais da criança. </div><div style="text-align: justify;">Até onde sei, a universalização do ensino fundamental foi uma meta estabelecida desde a constituição de 1988, pelo menos. Levamos quinze anos para perceber que para haver um bom ensino é preciso haver boas bibliotecas? Bom, talvez seja um sinal positivo: quem sabe daqui a mais quinze percebamos que também é necessário cuidar do bem estar dos professores (aquela pessoa que geralmente faz com que os alunos vão à biblioteca...). É, inclusive, curioso que tenham lembrado do bibliotecário que cuida do acervo e esquecido daquele que cuida da frequentação ao acervo, que dá a ele um sentido vivo.</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJNDPjOHsFwOMcnEj-7wkzEsyEr_brjP3MqLutvGvt3675fqiOB6UQW6qRSdH2k6OWIVCYJfdLBDVwG5fg9cttkCHK2387KbvWMQnKGYRXwP63r3UVfS329o93rQZcfyYgsssrqad9DNc/s1600/melhores_livros.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJNDPjOHsFwOMcnEj-7wkzEsyEr_brjP3MqLutvGvt3675fqiOB6UQW6qRSdH2k6OWIVCYJfdLBDVwG5fg9cttkCHK2387KbvWMQnKGYRXwP63r3UVfS329o93rQZcfyYgsssrqad9DNc/s200/melhores_livros.jpg" width="200" /></a></div></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Eu, no entanto, sugeriria aos nobres parlamentares que não usassem sua participaçao na elaboração dessa lei como capital eleitoral este ano. Esperem também dez anos. Até lá, procurem reparar se valeu a pena gastar tanto tempo nessa lei. Não me refiro ao tempo que tenham gastado pensando na matéria, que é evidentemente válida. Refiro-me ao tempo que gastaram elaborando o texto. Pois, já que se deram ao trabalho de legislar sobre aquilo que deveria ser o óbvio, deveriam ter previsto penalidades para prefeitos, governadores e empresários que não realizam uma tarefa tão básica. Deveriam, também, por força da coerência, ter acrescentado um novo parágrafo ao segundo artigo, proibindo que donos de escolas particulares usem a compra de livros como pretexto para o aumento de mensalidades. Afinal, se sabem que o ensino particular vem cobrindo há muito tempo um espaço que deveria ser coberto pelo ensino público, deveriam relembrar aquela velha meta de tornar o ensino acessível ao maior número, seja ele mantido por quem for. Deveriam, enfim, ter enfatizado não só a constituição do acervo bibliográfico, mas estabeler uma simples regra: a de que as tais bibliotecas deverão estar abertas por tanto tempo quanto for possível. E que deverão ser não só lugares bem montados, mas também aprazíveis. Que deverão ser lugares que cativem crianças e adolescentes. Afinal, trata-se de prescrever algo como beber água.</div><div style="text-align: justify;">Sinto dizer que o texto dos nossos parlamentares é muito lacônico para tanto tempo de elaboração. Não faz jus ao trabalho de seus relatores. Diz muito pouco. Parece uma daquelas peças jurídicas bonitas, eivadas de boas intenções e que será lembrada até outubro, quando vai desaparecer sob a monótona campainha das urnas.<br />
<br />
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<div style="color: red; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><span style="font-size: x-large;"><b>+ essa</b></span></div>Para se ter uma idéia de como nossos parlamentares deram voltas em torno de um problema que merecia melhor atenção (qualitativa e não quantitativa), seria útil lembrar a p<a href="http://www.cultura.gov.br/site/2010/04/30/primeiro-censo-nacional-das-bibliotecas-publicas-municipais/">esquisa divulgada pelo Minc sobre bibliotecas públicas municipais</a> do país, e matéria sobre a mesma na <a href="http://diariodainfamia.blogspot.com/p/sao-paulo-sabado-01-de-maio-de-2010.html#clipping1">Folha de S. Paulo em 01 de maio deste ano</a>. <br />
Bibliotecas públicas são diferentes de bibliotecas de escolas em uma série de aspectos. Mas servem como indicadores. É difícil imaginar que um município que não conte com uma biblioteca pública venha a ter bibliotecas em escolas. Pois se a autoridade municipal não se importa em pelo menos manter uma biblioteca para todo o seu município, o que dizer de uma em cada escola? E a iniciativa privada, que biblioteca colocará à disposição de seus alunos, numa situação dessas?<br />
Nesse caso, apesar de o governo tentar explorar os aspectos mais positivos da pesquisa (quase universalização das biblotecas públicas, apesar de poucas funcionarem à noite), a Folha de S. Paulo acerta ao chamar a atenção para o tipo de uso que é feito dessas bibliotecas, bem como para a qualidade insatisfatória dos serviços prestados.<br />
Ora, se a maior parte usa as bibliotecas municipais para pesquisas escolares, é um sinal significativo de que falta bibliotecas nas escolas (ou, pelo menos, elas não estão ficando abertas e em condições de uso, com material apropriado e instalações capazes de abrigar acervo e usuários). E se as bibliotecas municipais carecem de conforto e de serviços básicos (como acesso à internet disponível aos usuários), o que pensar das bibliotecas escolares?<br />
Bibliotecas escolares são locais capazes de iniciar crianças e jovens no uso das bibliotecas, seja consultando livros, seja efetuando pesquisas pela Internet, acessando videos, etc. Elas deveriam ser um lugar de muitas possibilidades extracurriculares para os estudantes. Lugares coloridos, estimulantes - e, sobretudo, abertos, acolhedores. Mas, se falta até essa infraestrutura básica, dá pra imaginar a qualidade do serviço.<br />
Como se vê, nossos parlamentares perderam uma grande oportunidade de fazer a diferença. Sete anos para impor uma obrigação vazia e lá se vai a oportunidade de instituir um instrumento detonador de um programa de estímulo ao uso de bibliotecas de qualidade.<br />
Espero que pelo menos nossos professores consigam contornar isso com criatividade. <br />
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