Brasil -


8 de maio de 2011

Tradução inédita pero no mucho

Charada semântica: o que é que é inédito mas não é?


Saiu em nota na Ilustríssima da Folha de S. Paulo de hoje o anúncio: "a tradução inédita da obra de Karl Marx...". Qual obra? "A guerra civil na França".
Só tem um probleminha: aqui no país já existe uma tradução da Editora Alfa-Ômega (de São Paulo), feita a partir do espanhol e confrontada com a edição francesa, referenciada nas edições inglesa e alemã. Edição esgotada, presumo.
Pensei que fosse (mais um) erro de jornalista, mas que surpresa em ver o anzol brilhando na página da editora: "uma tradução inédita" (veja um print da página abaixo).




O autor da nota pode até dizer que a editora o induziu a pensar que a obra ainda não tinha sido traduzida (e, além do mais, quem se lembra da Editora Alfa-Ômega além de uns marxistas empoeirados e uns caras que têm os sebos por segunda casa?). De fato, a editora não precisava recorrer a esse expediente fácil de propaganda. Afinal, de que interessa o ineditismo de uma tradução em particular quando a tradução da obra em si não é inédita?
Mas, prezado jornalista, um artigo significa muito! E custa caro para o sentido... Tudo bem que a editora negaceou. Você, porém, pagou o preço.

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